Nos últimos anos, o ambiente digital se tornou ainda mais competitivo. Pequenos e grandes empreendedores migraram para o online, acompanhando também o movimento natural dos consumidores. Esse cenário trouxe mais concorrência, mais disputas por espaço e um aumento significativo nos registros de marcas e segundo dados recentes, o crescimento foi de aproximadamente 57% no período.
Diante dessa realidade, a gestão estratégica de marcas deixou de ser opcional e passou a ser essencial para qualquer negócio. A seguir, compartilho alguns pontos-chave e recomendações.
O cenário da concorrência digital
Antes da pandemia, o ambiente digital era dominado por grandes players ou empresas nativas digitais. Com as restrições impostas pela Covid-19, microempreendedores, autônomos e negócios de pequeno porte também passaram a depender da internet para sobreviver.
Esse movimento trouxe três fenômenos simultâneos:
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Migração de consumidores para o online, em busca de produtos e serviços;
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Entrada acelerada de novos concorrentes no ambiente digital;
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Aumento das colisões e conflitos entre marcas, exigindo mais proteção e atenção dos empresários.
O sistema brasileiro de marcas
No Brasil, o direito de uso exclusivo de uma marca é atribuído a quem primeiro faz o registro no INPI. Porém, existe a exceção do direito de precedência (artigo 129, §1º da LPI): quem já utilizava de boa-fé uma marca antes do pedido de registro pode contestar e até se sobrepor ao registro feito por outro.
Por isso, além de registrar, é fundamental monitorar e proteger continuamente sua marca.
Estratégias práticas de gestão de marcas
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Desenvolva uma marca distintiva
Invista em criatividade, seja internamente ou com uma agência especializada. Sempre formalize contratos que impeçam a divulgação indevida do signo desenvolvido. -
Faça análise de viabilidade antes de registrar
Conte com um profissional especializado para pesquisar tanto no banco do INPI quanto na internet, evitando conflitos com marcas já existentes. -
Deposite o pedido de registro
Assim que definir sua marca, faça o depósito no INPI. Paralelamente, registre também o nome de domínio (preferencialmente .com) e os perfis nas redes sociais relacionados. -
Monitore constantemente
Acompanhe o INPI, as redes sociais e a internet para identificar usos indevidos de sua marca – seja idêntica ou semelhante. -
Adote medidas protetivas quando necessário
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Oposição a pedidos de registro conflitantes no prazo de 60 dias;
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Notificações extrajudiciais a quem estiver usando sua marca sem autorização;
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Denúncias a plataformas como Meta, Google e Apple em casos de uso indevido online;
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Processos administrativos (ex.: SACI-Adm para domínios .br);
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Medidas judiciais como ações inibitórias em casos mais graves.
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Por que proteger sua marca?
A ausência de proteção pode levar à diluição da marca, quando o signo perde sua força distintiva e passa a ser visto como genérico. Isso fragiliza a empresa, abre espaço para concorrência desleal e confunde os consumidores.
Proteger a marca é proteger a identidade, a reputação e o valor da sua empresa.
Conclusão
A gestão de marcas exige estratégia, cautela e ação contínua. Do desenvolvimento à proteção, cada etapa faz diferença para preservar o patrimônio intangível mais valioso do seu negócio: sua identidade no mercado.
Proteja sua marca. Proteja a sua empresa.
Este artigo foi adaptado a partir do conteúdo em vídeo publicado no canal do Portal Intelectual no YouTube. Assista na íntegra – clique aqui